Hoje, assim como todos os dias, sito falta da natureza.
Mas hoje em especial, estou com o sentimento de luto e
acompanho o choro do dia chuvoso.
Tenho a impressão que
o dia e eu choramos em nome de todas as arvores que foram derrubadas cedendo
gentilmente espaço para nosso progresso. Talvez sejam as lágrimas de todos os
pássaros que tiveram que deixar seus ninhos, de todos os animais que precisaram
deixar seus lares para que fizéssemos os nossos.
Em meio ao pesar, me vejo em oração no pedido de perdão por
todo ato injustamente desnecessário e predatório que nós da humanidade
cometemos. Por favor, perdoe-nos por toda dor causada! Ainda somos ignorantes
em respeito e amor e precisamos aprender com você, querida mãe, a prática da
generosidade.
Árvores queridas, eu as amo antes mesmo de saber o que era
amor. Lembro-me do meu caminhar em seus leitos, meu “perder tempo” em suas
raízes e meu brincar com suas folhas que meus pés descalços pisavam. Um lugar
que já não existe mais.
Hoje, calçada, caminho no asfalto.
Feliz dia da árvore.